A sustentabilidade virou uma das principais pautas mundiais nos últimos anos. O destino do mundo e as consequências da atuação humana no planeta levantam questões importantes no âmbito ambiental.
Em meio a essa necessidade de mudar a lógica de consumo e trazer uma nova perspectiva para o planeta, surgiram as greentechs, startups voltadas para o uso de tecnologia em prol da sustentabilidade.
Essas iniciativas têm apresentado soluções para manter o lucro sem prejudicar o meio ambiente e a sociedade.
De acordo com o relatório da consultoria Allied Market Research, o mercado de tecnologia verde movimentou US$ 6,85 bilhões em 2018 e deve movimentar US$ 44,61 bilhões até 2026.
O que são greentechs e como elas atuam no mercado?
As greentechs são empresas de tecnologia voltadas para sustentabilidade. Dessa maneira, estes negócios buscam apresentar soluções para reduzir o impacto de ações no meio ambiente.
Com recursos naturais finitos, o aquecimento global em pleno curso e o consumo desenfreado, as greentechs surgiram no mercado para apresentar soluções possíveis. A ideia é mostrar que dá para continuar produzindo, vendendo e lucrando sem prejudicar o planeta.
No cenário que preza pela sustentabilidade, impulsionado por ativistas, governos e órgãos de importância em todo o mundo, as greentechs têm uma função primordial.
Essas startups existem para trazer soluções tecnológicas, capazes de manter a capacidade produtiva e econômica de uma forma positiva para o meio ambiente.
Greentechs ainda enfrentam dificuldades para ter recursos
Uma característica das greentechs é a dificuldade para atrair investimentos em relação a outros tipos, como fintechs e retailtechs, por exemplo, apesar de serem necessárias para mostrar que é possível ganhar dinheiro sem prejudicar o planeta.
De acordo com o relatório de 2020 da Aspen Network of Development Entrepreneurs, os investimentos de impacto ambiental dobraram entre 2017 e 2019, chegando a US$ 785 milhões, mas apenas 1% foi para empresas ambientais.
Tiago Brasil, organizador do Greentech América Latina, um dos principais eventos de fomentação de novas greentechs, disse que ainda prevalece a ideia de que, se o produto faz bem, ele não dá dinheiro.
O executivo explica que ainda há uma ideia ultrapassada de que o produto sustentável custa mais caro, por isso não é competitivo em questão de produção em massa para gerar faturamento.
Além da dificuldade para levantar capital e tirar os projetos do papel, as greentechs sofrem com a falta de incentivo à pesquisa nas universidades, que são os principais meios de fomentação de greentechs no país.
Felipe Matos, presidente da Associação Brasileira de Startups, ressalta que há um grande potencial para investir em tecnologia verde no país, mas que o incentivo vem diminuindo nos últimos anos.
Greentechs de destaque no Brasil
Mesmo com todas as dificuldades, existem greentechs que se destacam no mercado. Uma delas é a Green Mining, que usa o sistema blockchain para reverter a lógica industrial.
Por meio dessa tecnologia e desse sistema, a startup desenvolveu um modelo de coleta de lixo e destinação de materiais recicláveis para clientes variados e bem conhecidos em diversos ramos.
Com o sistema, a startup garante que todo o lixo recolhido vá para reciclagem, catadores sejam contratados e usem EPIs e empresas diminuam o volume de lixo produzido no dia a dia.
Outra greentech que se destaca no mercado é a Clean Clic, que aproveita o crescimento da busca dos consumidores por fontes de energia renováveis. A startup conecta proprietários de imóveis residenciais ou comerciais a usinas de energia solar e outras fontes renováveis.
Assim, sem a necessidade de instalação de qualquer equipamento, parte da energia do imóvel passa a ser produzida pelas usinas, o que garante uma economia de até 20% na conta de luz, resultando em:
- Contas mais baratas;
- Melhor usabilidade dos eletrodomésticos;
- Possibilidade de aumentar o uso de itens variados;
- Entre outras coisas.
A necessidade de criar soluções inovadoras e sustentáveis a médio e longo prazo deixou de ser uma tendência e está virando uma realidade.
O mundo corporativo já percebeu que não há como lucrar com o fim do planeta, por isso, mesmo com as dificuldades, a tendência é que as greentechs sejam cada vez mais incentivadas e ganhem destaque no mercado mundial.