Estamos vivendo o começo das transformações que a Inteligência Artificial irá causar em nossas vidas. Tem quem acredite que podemos um dia acordar em uma realidade parecida com a de filmes como O Exterminador do Futuro, em que a raça humana foi dominada por robôs superinteligentes.
O empresário, criador da Tesla e do Space X, Elon Musk, é um dos que propagam essa visão de que, em algum momento, no futuro, as máquinas irão destruir a humanidade. O discurso parece pautado nos argumentos do livro “Superintelligence: Paths, Danger, Strategies”, do filósofo Nick Bostrom, que coordena em Oxford estudos a respeito das grandes ameaças para o planeta.
Hoje a raça humana é a mais forte por ter virtudes que outras não possuem, como a capacidade de pensamento abstrato, a de acumular informações e a de processar dados. A partir do momento que máquinas desenvolverem essas habilidades, executando-as com muito mais precisão, elas passarão a ser superiores.
Por que não devemos ter medo das tecnologias?olog
Ao analisar os avanços tecnológicos que temos, a ideia de robôs tão poderosos, capazes de se voltar contra nós, continua distante. Por duas razões principais:
Homem x Máquina
A primeira é porque ainda está longe para termos uma super inteligência capaz de realizar atividades por conta própria. A inteligência artificial (IA) em desenvolvimento e com as principais aplicações hoje trabalha com base em simulação.
Em outras palavras, uma máquina só aprende se tiver acesso a um banco de dados para que, assim, possa fazer inferências e tomar decisões. Um robô capaz de jogar xadrez só o faz porque acessa informações de todos os movimentos possíveis sobre o tabuleiro. Com isso, ele realiza cálculos probabilísticos e elabora as melhores jogadas.
Para uma superinteligência ser tão superior ao ponto de aprender apenas interagindo com o mundo à sua volta, ela teria que ter acesso a dados armazenados a respeito de absolutamente tudo o que acontece no mundo, o que inclui todas as regras, práticas e costumes. E isso hoje é impossível, não há capacidade computacional para reunir todo esse conhecimento que uma inteligência artificial necessitaria para aprender por conta e tomar decisões autônomas.
Outra possibilidade que tornaria as máquinas superiores seria o desenvolvimento de uma IA que não se baseia em simulação, mas em copiar o funcionamento do cérebro humano para replicá-lo. A partir desse processo, a máquina desenvolveria raciocínios complexos. Mas isso exigiria uma ferramenta capaz de escanear o cérebro humano para que essas informações fossem transformadas em códigos compreendidos pelos robôs. Não estamos nem perto de algo assim.
Os benefícios da inteligência artificial
A segunda razão pela qual nós não precisamos temer a inteligência artificial é que, se partirmos do medo, corremos o risco de perder todos os benefícios potenciais que o uso da tecnologia pode nos proporcionar. Seria como banir os carros autônomos depois de termos visto, na semana passada, o caso de uma mulher que acabou morrendo após ser atropelada por um. Não faria sentido.
Devemos avaliar o que deu errado, mas não eliminar os carros autônomos. Porque o problema não está na tecnologia, mas no uso que se faz dela. Se o medo for o nosso motor nesse processo de avaliação da inteligência artificial, podemos cair no engano de acreditar que a saída mais segura é destruí-la e acabarmos com todos os aspectos positivos que a inovação já está trazendo e ainda pode trazer em um futuro próximo.
Desde as coisas simples às mais sofisticadas
os benefícios são muitos e começam em coisas simples. Eu, por exemplo, estou ouvindo mais música do que antes. Até então, se eu quisesse uma playlist,tinha que procurar no celular, atividade que eu sempre acabava adiando. Agora quem faz isso para mim é a Alexa da Amazon, basta apenas um comando de voz.
Ela também me acorda no horário certo com a música que eu escolhi e consulta a situação do trânsito na cidade antes de eu sair de casa. Eu só preciso perguntar a ela. É muito mais fácil, ela poupa meu tempo e faz minha vida melhor. Os benefícios da inteligência artificial abrangem também questões mais sofisticadas.
Ela tem sido usada na pesquisa da cura do câncer e do Alzheimer, e aplicada para melhorar a qualidade de vida da humanidade e aumentar a longevidade das pessoas. Então, muito mais sensato do que temermos a inteligência artificial, é nos perguntarmos o que queremos dela. Qual é o uso que faremos, tanto em nossas vidas pessoais quanto em nossos negócios?
A partir do momento que encontrarmos essas respostas, fica evidente que, muito mais que uma ameaça, a inteligência artificial está sendo, e será cada vez mais, uma aliada para tornar a nossa vida melhor e os nossos negócios mais eficientes. E os cenários apocalípticos seguem restritos aos filmes de ficção científica.
Inovação é muitas vezes confundida com tecnologia. Contudo, tecnologia é apenas um meio para que a inovação aconteça. Quer saber o que realmente é inovação e como você pode aplicá-la ao seu negócio? Continue conosco neste AAA Especial, esse texto foi originalmente produzido pelo autor Allan Costa da equipe do blog da AAA Inovação.