Segundo o SPC (Serviço de Proteção ao Crédito), o número de brasileiros inadimplentes cresceu significativamente em 2020, em meio a crise provocada pela pandemia do coronavírus, são quase 63 milhões de pessoas que tiveram seu nome negativado, e isso equivale a 40% da população adulta no país. Ou seja, cada vez mais pessoas precisam limpar o nome.
O endividamento gera um impacto enorme não apenas na saúde financeira das pessoas, mas afetam sobretudo a saúde mental e emocional do trabalhador, prejudicando de forma direta todos os aspectos da vida profissional e pessoal daqueles que estão com o nome sujo.
O que significa ter o nome sujo?
Quando uma pessoa realiza a compra de um produto ou serviço e não efetiva o pagamento, seu nome pode aparecer na lista de órgão de proteção ao crédito, como o SPC e o Serasa.
Ter o nome sujo significa, portanto, que o nome da pessoa está negativado. A empresa que deveria receber o pagamento entra em contato com um ou mais órgãos de proteção ao crédito e informa a dívida. Cabe a pessoa pagar a dívida para limpar o nome.
Cabe a esses órgãos entrar em contato com o consumidor para avisá-lo que caso não realize o pagamento, seu nome será negativado, e quando isso acontece, qualquer outra empresa ou instituição poderá ter acesso e conferir o histórico financeiro dessa pessoa.
Quais as consequências de ter o nome sujo?
Geralmente, quando uma pessoa possui uma dívida em uma empresa, antes de seu nome ser enviado pela empresa para algum órgão de proteção ao crédito, existe uma tentativa de negociação.
É oferecido um prazo para o pagamento da dívida e após esse período, caso o pagamento não tenha sido feito, o nome do consumidor vai para o cadastro de inadimplentes.
Essa situação toda é muito ruim, pois não limpar o nome e ter o nome sujo traz algumas consequências, veja:
- Você não conseguirá um novo cartão de crédito;
- Não conseguirá abrir uma conta corrente;
- Não poderá solicitar empréstimos;
- Não poderá fazer nenhum tipo de financiamento, seja de imóvel, carro ou outros bens;
- o banco poderá cancelar seu cheque especial e suspender a entrega de talões de cheque caso você seja correntista;
- Ter a matrícula negada em uma instituição de ensino privada;
- Caso você seja bancário, ter o nome sujo pode ser motivo para demissão.
Como recuperar o crédito?
Se você tem uma dívida, o único caminho para limpar seu nome é procurar a empresa onde você fez a dívida e tentar negociar. Dependendo do valor, é possível parcelar e ir pagando aos poucos.
De acordo com o SPC, o nome do consumidor que realiza o pagamento da dívida é retirado da lista de inadimplentes em até 5 dias úteis- que começa a contar a partir do pagamento da dívida – após o contato da empresa credora.
Se você realizou o pagamento da dívida e após esse prazo seu nome ainda continua inadimplente, é preciso entrar em contato com a empresa e caso não tenha sido dada baixa no seu nome, você pode fazer uma reclamação formal no Procon.
Caso você não tenha intenção de eliminar a dívida ou não consiga pagá-la, após 5 anos, seu nome sairá da lista de inadimplentes. Mas fique atento, isso não significa dizer que a dívida vai deixar de existir, a empresa ainda pode realizar a cobrança.
Em quanto tempo é possível conseguir um cartão de crédito?
Depois que sua dívida for eliminada, será necessário esperar um pouco, é recomendado que o consumidor espere, pelo menos, 6 meses para solicitar um novo cartão de crédito.
Este é um período suficiente para conseguir reorganizar as contas, efetuar pagamentos em dia e elevar a pontuação no Score de crédito.
O Score de crédito é um dos critérios usados para determinar se você terá ou não acesso a cartões de crédito, empréstimos e financiamentos e sua principal função é acompanhar o comportamento do consumidor, avaliando se ele pode correr risco de não pagar o crédito solicitado e ficar novamente inadimplente.
Educação financeira como forma de se proteger
Na atual situação de crise, boa parte dos endividamentos aconteceram por conta da alta no desemprego e da suspensão ou alterações nos contratos de trabalho, reduzindo de forma drástica a capacidade financeira das famílias brasileiras, as dívidas que se acumularam serviram, principalmente, para a manutenção de despesas básicas – alimentação, contas de água, luz e aluguel.
Além disso, a maior parte das pessoas não estão acostumadas ou não aprenderam a controlar seus gastos de forma adequada. Muitas delas esquecem de anotar e confiam inteiramente na memória para organizar as contas.
A falta de planejamento e organização para lidar com as contas e despesas pode levar o trabalhador a passar por maus bocados, então entender um pouco de educação financeira pode protegê-lo de situações desgastantes e críticas.