O termo growth hacking surgiu em 2010, com o crescimento explosivo de startups como Dropbox e LogMeIn, e foi ganhando notoriedade no decorrer dos anos.
Diferente do marketing tradicional, o growth hacking foca em experimentação rápida, otimização constante e uso intensivo de dados para atrair e reter usuários.
Nos Estados Unidos, o conceito se popularizou rapidamente, sendo adotado por diversas startups do Vale do Silício.
No Brasil, o interesse por growth hacking começou a ganhar força por volta de 2016, quando empresas de tecnologia e startups passaram a buscar maneiras mais eficientes de escalar seus negócios sem depender exclusivamente de grandes investimentos em publicidade tradicional.
Com o amadurecimento do ecossistema digital brasileiro, o growth tornou-se uma prática comum em muitas empresas, especialmente nas que operam com modelos de negócios recorrentes, como SaaS (Software as a Service).
Passados cerca de 14 anos desde seu surgimento, a pergunta que fica no ar é: ele ainda é efetivo?
Hoje vamos abordar um pouco sobre o destino e usabilidade dessas técnicas em nosso mercado, além de explicar como o growth ainda pode dar certo, tendo leves atualizações (as coisas que funcionavam lá em 2016 e no pré pandemia não funcionam mais, não é?)
O Growth Hacking e como é usado no marketing digital
Growth hacking é uma metodologia baseada em testes, análise de dados e otimização para identificar estratégias que geram crescimento exponencial.
Diferente do marketing tradicional, que pode ser mais baseado em branding e awareness, o growth hacking busca resultados rápidos e mensuráveis, utilizando tecnologia, automação e criatividade para impulsionar o crescimento de um negócio.
Algumas das técnicas mais usadas no growth hacking incluem:
- Testes A/B – Comparação de diferentes versões de páginas, anúncios e e-mails para identificar o que funciona melhor.
- Automação de marketing – Uso de ferramentas para engajar leads de forma personalizada em grande escala.
- Gatilhos mentais – Aplicação de princípios da psicologia para aumentar taxas de conversão.
- Referral marketing – Programas de indicação que incentivam clientes a trazerem novos usuários.
- SEO e marketing de conteúdo – Criação de conteúdos otimizados para atrair tráfego orgânico e gerar conversões.
Growth Hacking em empresas de recorrência
Empresas que trabalham com assinaturas, como serviços de streaming, softwares SaaS e clubes de assinatura, dependem fortemente do growth hacking para atrair e reter clientes.
Ainda que o modelo seja pouco aplicado por empresas brasileiras, muitas empresas tentam hoje ganhar por meio de assinaturas, como é o caso da Amazon e até mesmo do Rappi.
Neste modelo de negócio, o foco é reter os clientes e não necessariamente conseguir novos, ainda que ambos ao mesmo tempo seja uma maravilha.
QUando o assunto é growth hacking, essas empresas utilizam estratégias como:
- Onboarding otimizado – Criar fluxos de boas-vindas eficientes para reduzir a taxa de churn (cancelamento de assinaturas).
- Experimentação de precificação – Testar diferentes modelos de preços e promoções para aumentar a conversão.
- Cross-selling e upselling – Utilizar dados do usuário para oferecer produtos complementares ou upgrades de plano.
- Personalização de experiência – Implementação de IA e análise comportamental para sugerir conteúdos e produtos sob medida.
Essa abordagem permite que empresas de recorrência cresçam de maneira sustentável, maximizando o lifetime value (LTV) dos clientes.
Para ver alguns termos famosos e metodologias como product-led growth, veja esse artigo.
Ainda vale a pena aprender sobre Growth Hacking?
Com o avanço da inteligência artificial, automação e a crescente competitividade no mercado de trabalho, a necessidade de estratégias inovadoras para aquisição e retenção de clientes está mais forte do que nunca.
Muitas habilidades que eram valorizadas antes da pandemia do coronavírus se tornaram obsoletas, enquanto o marketing digital e conhecimento de martech (ferramentas digitais que são utilizadas em várias empresas, como o Google Analytics ou um simples Canva) ficaram ainda mais importantes e necessários.
Além disso, empresas de todos os tamanhos, desde startups até grandes corporações, estão constantemente buscando profissionais que saibam implementar estratégias de crescimento, que possam encontrar gargalos que fazem elas estagnar hoje em suas estratégias – o que é comum!.
Por mais que dê a impressão de ser algo saturado, na realidade há áreas e temas que merecem um bom “carinho” do profissional que utiliza técnicas de growth.
Áreas onde um growth hacker pode ganhar dinheiro agora em 2025
1. Consultoria e implementação para startups e empresas em crescimento
Muitas startups e pequenas empresas ainda não possuem um time interno de growth hacking, o que abre oportunidades para consultores especializados.
Profissionais que sabem implementar estratégias de crescimento baseadas em dados podem cobrar por projetos específicos ou oferecer serviços contínuos de otimização de marketing e aquisição de clientes.
Algumas das principais demandas para consultores incluem:
- Diagnóstico e otimização de funis de aquisição.
- Desenvolvimento de estratégias para aumentar a retenção e reduzir churn.
- Implementação de testes A/B e personalização de experiências digitais.
2. Gestão de tráfego pago e aquisição de clientes
Empresas continuam investindo fortemente em mídia paga, e profissionais que sabem otimizar campanhas para máxima conversão têm grande demanda.
Growth hackers especializados em tráfego pago podem atuar como gestores de performance, otimizando campanhas no Google Ads, Meta Ads (Facebook e Instagram), LinkedIn Ads e outras plataformas.
Habilidades essenciais para essa área incluem:
- Conhecimento avançado em copywriting e design persuasivo.
- Uso de ferramentas como Google Analytics, Hotjar e Mixpanel para análise de comportamento.
- Automação e segmentação para melhorar o ROI das campanhas.
3. Criação e monetização de comunidades e produtos digitais
Growth hackers que entendem como criar e engajar comunidades online podem lucrar com produtos digitais, como cursos, mentorias e assinaturas premium.
Plataformas como Substack, Patreon e cursos em marketplaces como Hotmart e Udemy permitem a monetização de conhecimento através de estratégias de marketing digital altamente escaláveis.
Principais estratégias para essa área incluem:
- Construção de autoridade em nichos específicos através de conteúdo relevante.
- Engajamento e fidelização por meio de gamificação e conteúdo exclusivo.
- Uso de IA e automação para segmentação e personalização de ofertas.
Conclusão
Mesmo depois de 10 anos, growth hacking continua sendo uma estratégia poderosa para negócios digitais aqui no Brasil.
Sua capacidade de gerar crescimento rápido e com poucos recursos (na maioria das vezes), faz com que ele ainda seja relevante em 2025 e nos anos que estão por vir.
É como sempre falamos: é melhor um curso rápido de growth hacking do que uma faculdade, que é algo demorado e bem mais caro. Ela pode dar um emprego e oportunidades de maneira mais certeira quando analisamos como estão as empresas e as necessidades que as startups possuem, o que está relacionado ao marketing digital.
Profissionais que dominam growth hacking têm um vasto campo de atuação, seja como consultores, gestores de tráfego ou criadores de produtos digitais. Dá para trabalhar de casa por conta, mas também dá para entrar em grandes empresas, das mais tradicionais como as mais novas e “jovens”, como é o caso da Nubank.
Escrito por Diego Rezende, trabalha na Growth Lovers e com consultoria de dados.