O que é ser bonita? Se você for seguir os atuais padrões de beleza provavelmente vai associar esse conceito a uma estética mantida pela tríade: seios e bunda grandes e duros (siliconados, na maioria das vezes) + cabelos lisos, longos e loiros + corpo magro (o principal entre os três).
Nos últimos anos, porém, essa padronização da beleza vem sendo cada vez mais questionada, principalmente por incentivar a busca por um ideal inalcançável. Para ficar bonita não é preciso ser ou parecer de determinado jeito, mas ter a liberdade de poder se vestir, por exemplo, com peças que empoderam.
Sentir-se bem na sua “própria pele”, isto é, com seu corpo e suas características, é um dos principais caminhos para melhorar a sua autoestima. E para quem não consegue se sentir representada nem como gorda nem como magra, surge, enfim, um meio-termo: o midsize.
Entendendo o conceito
O termo midsize significa tamanho médio e representa uma novidade para muita gente. Se até então o mundo da moda era marcado pelas dualidades – grande ou pequeno, PP ou plusize – o midsize chega como uma alternativa para quem não consegue se enxergar nem como gorda nem como magra.
Quem trouxe o conceito pela primeira vez foi a atriz comediante norte-americana Amy Schumer, estrela de filmes como Descompensada (2015) e Sexy por acidente (2018), que se sentia numa espécie de limbo no que tange o mundo da moda — não se via representada no padrão magro e tampouco na moda plusize.
O conceito de midsize foi ganhando fama e tornou-se uma alternativa na representação de corpos femininos que não se encaixam nos conceitos de corpo apresentados até então.
Aqui no Brasil, uma das maiores representantes do midsize é a modelo Andressa Almeida, conhecida no Instagram pelo nome @eu.andy. Ela conta em alguns de seus vídeos que um dos principais aspectos do movimento midsize é a questão da representatividade.
“Não é sobre definição e sim sobre achar um acolhimento. E quando a gente acha um termo que se identifica, a gente se sente acolhida. Então, como na sociedade existe o gordo e o magro, quando eu encontro a palavra midsize que é o termo do meio, eu me sinto acolhida e me sinto representada”, explica.
A modelo explica que, apesar de poder ser, sim, considerado mais um “rótulo”, o midsize consegue incluir mais do que excluir. Isso porque concede representatividade às pessoas que, assim como ela, estavam em um meio-termo pouco mencionado.
Para Andressa Almeida, midsize é “sobre se encontrar e mais uma maneira de conseguir se dar o amor próprio e se permitir”. Nesse sentido, o conceito acaba trazendo muito mais benefícios ligados ao autoconhecimento e melhora na relação consigo mesma.
Como saber se eu sou midsize?
Por ser um conceito novo e buscar a aceitação dos corpos femininos, o midsize não estabelece um tamanho específico para uma mulher ser considerada “meio-termo” no quesito tamanho das roupas.
No entanto, um ponto parece bem evidente na hora de adquirir peças quando se é midsize: na maioria das vezes, ou sobra ou falta. Quem está nesse “limbo” de tamanhos provavelmente vai se identificar com o midsize.
Referências para você conhecer
Quem tiver interesse em conhecer um pouco mais sobre esse movimento, vale a pena conhecer o Instagram @meucorpomid, uma página criada pela própria Andressa para divulgar fotos de diversas mulheres que se sentem representadas como midsize.
Outra referência para conhecer mais sobre o assunto a partir da experiência de alguém é a criadora de conteúdo Nanna Fernandes (com perfil @nannoca no Instagram), que traz ideias de looks incríveis e incentiva outro movimento, chamado body positive, que estimula a aceitação do corpo para além dos padrões.
Fora do Brasil, uma das maiores referências no Instagram para o universo midsize é a @midsizecollective. Um coletivo que se denomina como “a página original do estilo nem pequeno nem plus size”.
Texto: Gear Seo